Guerra dos Trinta Anos (1618-1648):
· conflitos religiosos e políticos ocorridos especialmente na Alemanha (rivalidades entre católicos e protestantes)
· Conflitos germânicos foram transformados em luta européia.
· Oposição sueca e francesa ao projeto hegemônico dos Habsburgos
1. Antecedentes da Guerra dos Trinta Anos.
1.1. A Paz de Augsburgo (1555)
· acordo de 1555 entre o Sacro Império católico e os reinos e principados alemães luteranos.
· cuius regio, eius religio: a religião Católica ou Luterana do príncipe da região alemã seria aquela a que os súbditos desse príncipe se deveriam converter.
· O estabelecimento da tolerância oficial dos Luteranos no sacro império romano.
· Artigo 24: "No caso de os nossos súbditos, quere pertencentes à velha religião ou à confissão de Augsburgo, pretendam deixar suas casas com suas mulheres e crianças por forma a assentar noutra, eles não serão impedidos quer na venda do seu imobiliário desde que pagas as devidas taxas, nem magoados na sua honra".
· Intolerância contra Anabaptistas e Calvinistas
· Artigo 7: "No entanto, todas as religiões que não aquelas duas mencionadas acima não serão incluídas na presente paz, e estão totalmente excluídas dela.")
· As divisões religiosas criadas pela Paz de Augsburgo perpetuaram a fragmentação alemã em uma época de unificação de Estados Nacionais na Europa.
· O espaço concedido ao luteranismo alimenta o projeto expansionista e católico Habsburgos: dominação sobre países protestantes no Norte e sobre a França.
1.2. Agravamento das tensões religiosas
· O reinado do Imperador Rodolfo II (1576-1612) é marcado pelo agravamento dos conflitos e destruição de igrejas protestantes.
· Com a fundação da União Evangélica (1608): aliança defensiva protestante dos príncipes e das cidades alemãs
· Criação da Liga Católica (1609): aliança defensiva de católicos romanos.
2. O estopim da Guerra dos Trinta Anos
· Disputas dinásticas entre nobres luteranos e católicos pela sucessão do trono da Boêmia
· Vitória inicial do católico Fernando II de Habsburgo, apoiado pela Espanha, Liga Católica Alemã, Papa.
· Os protestantes, que compunham a maior parte da população boêmia, reinvidicam liberdade de culto.
· Sendo um fervoroso católico e um potencial herdeiro do poder imperial dos Habsburgos, Fernando II ignora as reinvidicações e estabelece o catolicismo como único credo permitido.
Em 23 de Maio de 1618, eclode a revolta protestante. Os rebeldes boêmios invadem o palácio real em Praga e lançam dois dos seus ministros pela janela: "Defenestração de Praga"
3. A Guerra dos Trinta Anos:
Primeira fase: A guerra na Boêmia (1618-1624)
· Vitórias iniciais das tropas da União Evangélica: a revolta alastra-se por outras partes dos domínios do império.
· Frederico V, calvinista, chefe da União Evangélica e eleitor do Sacro Império é coroado rei da Boêmia.
· Em 28 de Agosto de 1619, Fernando II torna-se Sacro Imperador e passa a liderar assume as tropas católicas.
· Em 8 de Novembro de 1620, a Liga Católica derrota os protestantes e coroa da Boêmia tornou-se hereditária dos Habsburgos. Proibição do protestantismo e substituição da língua checa pela alemã.
· Em 1623, a Liga Católica ajudada pela Espanha derrota Frederico V.
Segunda fase: o apoio dinamarquês (1624-1629)
· O conflito torna-se internacional
· O rei da Dinamarca e Noruega, Cristiano IV, protestante e príncipe do Sacro Império entra na Guerra em apoio aos Estados protestantes.
· A identidade religiosa e ambições territoriais motivam o rei dinamarquês.
· Em agosto de 1626, Fernando II derrota o exército dos protestantes e dinamarqueses.
· Édito da Restituição (1629) anulava todos os direitos protestantes às propriedades católicas expropriadas a partir da Paz de Augsburgo.
· Tratado de Lübeck (1629), o rei Cristiano VI reconhece a derrota.
Terceira fase: a presença sueca (1630-1635)
· O cardeal Richelieu, o ministro de Luís XIII, articula a entrada da Suécia na guerra em troca de concessões políticas: a hegemonia no Mar Báltico.
· A superioridade do exército sueco: táticas eficazes, disciplina severa, pouco mercenário e maioria de do exército formada por camponeses, pilhagem proibida.
· As tropas de Gustavo Adolfo conseguem vitórias importante inicialmente.
· Em novembro de 1632, o rei sueco é morto em combate e a Liga Católica derrotaria seguidamente até 1635 quando a França entra na guerra.
Fim da guerra civil na Alemanha: a Paz de Praga, assinada em 30 de maio de 1635, que formala a derrota dos protestantes alemães e a confirmação do Édito da Restituição.
Quarta fase: a presença francesa (1635-1648)
· A guerra perde as motivações religiosas e torna-se política: França declara guerra à Espanha e a todo o Império Habsburgo que compreendia além da Espanha, Áustria e Europa Central.
· A guerra torna-se um claro conflito pela hegemonia entre os Habsburgo e a França.
· A França reagrupa a Suécia e de outros líderes protestantes holandeses e alemães
· Em 1636, as invasões espanholas em território francês foram repelidas.
· A Suécia combate a posição dos Habsburgos na Alemanha
Em 1648, o Império Habsburgo é finalmente derrotado.
4. A Paz de Westphalia
· A Paz de Vestfália foi negociada pelos representantes dos católicos e protestantes, reunidos em Münster e em Osnabruck
· Ratificação das cláusulas do Tratado de Augsburgo (1555),
· liberdade de culto para o calvinismo, além do luteranismo e catolicismo
· decadência da Espanha como grande potência e ascensão da França.
· a França consegue ganhos territoriais: em detrimento da Espanha, e Alemanha.
· A Suécia ampliou seu controle sobre o Báltico e norte da Alemanha.
· Reconhecimento da independência dos Países Baixos e a Suíça
· A guerra franco-espanhola prossegue até o Tratado dos Pireneus (1659).
· Manutenção da fragmentação da Alemanha: 350 Estados alemães permanecem autônomos do Sacro Império. Cada Estado poderá conduzir a sua própria política externa, mas lhes era vedado cometer atos de guerra contra o Sacro Imperador. O Império, como um todo, se reservava o direito de fazer a guerra e de celebrar tratados.
· Derrota do projeto hegemônico habsburgo.
· A Paz de Vestfália representa o nascimento da diplomacia internacional moderna e do sistema moderno do Estado nação
· Reconhecimento da soberania de cada um dos Estados envolvidos.
· As questões religiosas são substituídas pela “razão de Estado” na condução da política internacional e das guerras.
· conflitos religiosos e políticos ocorridos especialmente na Alemanha (rivalidades entre católicos e protestantes)
· Conflitos germânicos foram transformados em luta européia.
· Oposição sueca e francesa ao projeto hegemônico dos Habsburgos
1. Antecedentes da Guerra dos Trinta Anos.
1.1. A Paz de Augsburgo (1555)
· acordo de 1555 entre o Sacro Império católico e os reinos e principados alemães luteranos.
· cuius regio, eius religio: a religião Católica ou Luterana do príncipe da região alemã seria aquela a que os súbditos desse príncipe se deveriam converter.
· O estabelecimento da tolerância oficial dos Luteranos no sacro império romano.
· Artigo 24: "No caso de os nossos súbditos, quere pertencentes à velha religião ou à confissão de Augsburgo, pretendam deixar suas casas com suas mulheres e crianças por forma a assentar noutra, eles não serão impedidos quer na venda do seu imobiliário desde que pagas as devidas taxas, nem magoados na sua honra".
· Intolerância contra Anabaptistas e Calvinistas
· Artigo 7: "No entanto, todas as religiões que não aquelas duas mencionadas acima não serão incluídas na presente paz, e estão totalmente excluídas dela.")
· As divisões religiosas criadas pela Paz de Augsburgo perpetuaram a fragmentação alemã em uma época de unificação de Estados Nacionais na Europa.
· O espaço concedido ao luteranismo alimenta o projeto expansionista e católico Habsburgos: dominação sobre países protestantes no Norte e sobre a França.
1.2. Agravamento das tensões religiosas
· O reinado do Imperador Rodolfo II (1576-1612) é marcado pelo agravamento dos conflitos e destruição de igrejas protestantes.
· Com a fundação da União Evangélica (1608): aliança defensiva protestante dos príncipes e das cidades alemãs
· Criação da Liga Católica (1609): aliança defensiva de católicos romanos.
2. O estopim da Guerra dos Trinta Anos
· Disputas dinásticas entre nobres luteranos e católicos pela sucessão do trono da Boêmia
· Vitória inicial do católico Fernando II de Habsburgo, apoiado pela Espanha, Liga Católica Alemã, Papa.
· Os protestantes, que compunham a maior parte da população boêmia, reinvidicam liberdade de culto.
· Sendo um fervoroso católico e um potencial herdeiro do poder imperial dos Habsburgos, Fernando II ignora as reinvidicações e estabelece o catolicismo como único credo permitido.
Em 23 de Maio de 1618, eclode a revolta protestante. Os rebeldes boêmios invadem o palácio real em Praga e lançam dois dos seus ministros pela janela: "Defenestração de Praga"
3. A Guerra dos Trinta Anos:
Primeira fase: A guerra na Boêmia (1618-1624)
· Vitórias iniciais das tropas da União Evangélica: a revolta alastra-se por outras partes dos domínios do império.
· Frederico V, calvinista, chefe da União Evangélica e eleitor do Sacro Império é coroado rei da Boêmia.
· Em 28 de Agosto de 1619, Fernando II torna-se Sacro Imperador e passa a liderar assume as tropas católicas.
· Em 8 de Novembro de 1620, a Liga Católica derrota os protestantes e coroa da Boêmia tornou-se hereditária dos Habsburgos. Proibição do protestantismo e substituição da língua checa pela alemã.
· Em 1623, a Liga Católica ajudada pela Espanha derrota Frederico V.
Segunda fase: o apoio dinamarquês (1624-1629)
· O conflito torna-se internacional
· O rei da Dinamarca e Noruega, Cristiano IV, protestante e príncipe do Sacro Império entra na Guerra em apoio aos Estados protestantes.
· A identidade religiosa e ambições territoriais motivam o rei dinamarquês.
· Em agosto de 1626, Fernando II derrota o exército dos protestantes e dinamarqueses.
· Édito da Restituição (1629) anulava todos os direitos protestantes às propriedades católicas expropriadas a partir da Paz de Augsburgo.
· Tratado de Lübeck (1629), o rei Cristiano VI reconhece a derrota.
Terceira fase: a presença sueca (1630-1635)
· O cardeal Richelieu, o ministro de Luís XIII, articula a entrada da Suécia na guerra em troca de concessões políticas: a hegemonia no Mar Báltico.
· A superioridade do exército sueco: táticas eficazes, disciplina severa, pouco mercenário e maioria de do exército formada por camponeses, pilhagem proibida.
· As tropas de Gustavo Adolfo conseguem vitórias importante inicialmente.
· Em novembro de 1632, o rei sueco é morto em combate e a Liga Católica derrotaria seguidamente até 1635 quando a França entra na guerra.
Fim da guerra civil na Alemanha: a Paz de Praga, assinada em 30 de maio de 1635, que formala a derrota dos protestantes alemães e a confirmação do Édito da Restituição.
Quarta fase: a presença francesa (1635-1648)
· A guerra perde as motivações religiosas e torna-se política: França declara guerra à Espanha e a todo o Império Habsburgo que compreendia além da Espanha, Áustria e Europa Central.
· A guerra torna-se um claro conflito pela hegemonia entre os Habsburgo e a França.
· A França reagrupa a Suécia e de outros líderes protestantes holandeses e alemães
· Em 1636, as invasões espanholas em território francês foram repelidas.
· A Suécia combate a posição dos Habsburgos na Alemanha
Em 1648, o Império Habsburgo é finalmente derrotado.
4. A Paz de Westphalia
· A Paz de Vestfália foi negociada pelos representantes dos católicos e protestantes, reunidos em Münster e em Osnabruck
· Ratificação das cláusulas do Tratado de Augsburgo (1555),
· liberdade de culto para o calvinismo, além do luteranismo e catolicismo
· decadência da Espanha como grande potência e ascensão da França.
· a França consegue ganhos territoriais: em detrimento da Espanha, e Alemanha.
· A Suécia ampliou seu controle sobre o Báltico e norte da Alemanha.
· Reconhecimento da independência dos Países Baixos e a Suíça
· A guerra franco-espanhola prossegue até o Tratado dos Pireneus (1659).
· Manutenção da fragmentação da Alemanha: 350 Estados alemães permanecem autônomos do Sacro Império. Cada Estado poderá conduzir a sua própria política externa, mas lhes era vedado cometer atos de guerra contra o Sacro Imperador. O Império, como um todo, se reservava o direito de fazer a guerra e de celebrar tratados.
· Derrota do projeto hegemônico habsburgo.
· A Paz de Vestfália representa o nascimento da diplomacia internacional moderna e do sistema moderno do Estado nação
· Reconhecimento da soberania de cada um dos Estados envolvidos.
· As questões religiosas são substituídas pela “razão de Estado” na condução da política internacional e das guerras.
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