Da crise do sistema feudal à emergência do Absolutismo

1. Características do Feudalismo (século V ao XV)
Relações Servis de Produção: senhores (suserania e vassalagem) e servos
Economia agrária auto-suficiente
Trabalho regulado pelas obrigações servis:
· talha (parte da produção do servo entregue ao senhor)
· corvéia (períodos de trabalho servil nas terras do senhor)
· banalidades (imposto pagos pelo uso do forno ou do moinho senhorial)
· mão-morta (imposto pago pela sucessão do arrendamento para o filho em caso de morte do pai)
Descentralização e fragmentação política: o feudo como centro de poder
Sociedade dividida em três mundos: os que oram, os que guerreiam e os que trabalham,
Imobilidade social
Universalidade do cristianismo

2. A Baixa Idade Média (século XI ao XV)
Renovação das práticas agrícolas: (arado de ferro, foice, enxada, moinhos de vento e roda d`água)
Aumento da produtividade e expansão das áreas produtivas
Explosão demográfica
Renascimento do comércio a partir da existência dos excedentes agrícolas
Início da remonetarização da economia
Renascimento comercial (principalmente no Mediterrâneo, nas rotas comerciais entre ocidente e oriente)
Aparecimento de feiras (Champagne e Flandres)
Renascimento urbano
· feiras dão origem a cidades
· desenvolvimento comercial de cidades italianas (Gênova e Veneza)
· Surgimento e desenvolvimento de pequenas manufaturas
· Surgimento da burguesia

3. A crise do século XIV
· A Guerra dos Cem Anos
· A Reconquista da Península Ibérica
· A fome: desastres naturais e esgotamento dos solos
· A peste negra: peste bubônica
· Explosão violenta da taxa de mortalidade
· Saques e pilhagens promovidos tanto pela Nobreza, quanto por camponeses
· Fortalecimento da autoridade real com o apoio e financiamento da burguesia.
· Formação de exércitos monárquicos (fortalecimento dos reis e proteção da nobreza enfraquecida)

4. Formação dos Estados Nacionais (século XV e XVI)
O fortalecimento das monarquias nacionais implicou na:
· Centralização política e unificação dos mercados internos
· Criação dos exércitos nacionais (mercenários)
· Padronização de pesos e medidas
· Cunhagem de moedas nacionais
· Formação de um corpo administrativo-burocrático formado pela nobreza, alto clero e em alguns momentos pela burguesia)
· Redução do poder papal em detrimento do aumento da autoridade monárquica

5. Das Monarquias nacionais às Monarquias Absolutistas
5.1. A Espanha
A Reconquista da Península Ibérica entre 711 e 1492
A ofensiva que se inicia com diversos reinos cristão (Astúrias, Leão, Castela, Aragão, Navarro, Barcelona) concorre para ao longo de quase um século unificar diversos Reinos em torno de Castela e Aragão.
O casamento de Fernando de Aragão e Isabel de Castela (1469): unificação política, fiscal e burocrática.

5.2. Portugal
Portugal nasce no século XII como Condado de Portucale através do estabelecimento de relações de Vassalagem entre Henrique de Borgonha, vitorioso cavaleiro da reconquista, e o D. Afonso VI, Rei de Navarra.
Independência e fundação do Reino de Portugal sob a Dinastia de Borgonha em 1139.
A Revolução de Avis (1383)
Dom Fernando primeiro morre sem deixar herdeiros
Disputa entre Dona Leonor Teles (a rainha) apoiada pela nobreza tradicional e Dom João de Avis (irmão ilegítimo do Rei morto.
Vitória da Dinastia de Avis: centralização monárquica e aliança com a burguesia criam condições para o pioneirismo em Portugal nas Grandes Navegações.

5.3. França
Conflito entre Inglaterra e França: A Guerra dos Cem Anos (1337-1453).
A Guerra foi provocada pela disputa sobre a região de Flandres, importante produtora de tecidos e centro comercial, ligada por laços de vassalagem à França, mas economicamente à Inglaterra, de quem obtinha a lã. Outro motivo para a Guerra foi a disputa em relação ao trono Francês, reivindicado por Henrique III, da Inglaterra, que, no entanto, era neto de Felipe IV (morto em 1328) A nobreza francesa de dividiu ora aliando-se aos ingleses, ora combatendo-os. Até a partir de 1429, Joana d`Arc conduziu os exércitos franceses a seguidas vitórias. A França se unificou sob a coroa de Carlos VII da dinastia dos Valois.
A dinastia dos Valois:
Unificação fiscal e militar
Nomeação de funcionários reais entre a nobreza enfraquecida
Conflitos Religiosos dividem a nobreza francesa do século XVI. Papistas X Huguenotes
O casamento de Marguerite Valois e Henrique de Navarra: noite de São Bartolomeu, a morte de Carlos IV e a “Guerra dos Três Henriques”.
Henrique de Navarra torna-se Henrique IV: a dinastia dos Bourbon.
5.4. Inglaterra
Ascensão da dinastia dos Tudor marca o início da centralização monárquica
Deve-se a Elisabeth I (que governou entre 1558 e 1603) a consolidação do Estado Absolutista Inglês:
· Conferiu a organização definitiva da Igreja Anglicana ao valorizar o conteúdo protestante o que resultou na perseguição às atividades católicas
· Centralização política e redução da ação do Parlamento
· Modernização da frota marítima que servia a interesses comerciais e militares
· Incentivou a pirataria através de acordos com Corsários
· Equilibrou as contas do Estado vendendo terras reais
· Implantou os cercamentos o que incentivou as tecelagens e criou um exercito de mão-de-obra de reserva para as cidades.
· Iniciou a ocupação da Inglaterra na América do Norte (fundação da Colônia da Virginia em 1584)